Com o tempo, passei a acreditar que cada um de nós tem algo único a oferecer ao mundo, o que nos traz um senso de significado e um sentimento de conexão com o todo maior. Aquilo que nos traz tanto significado quanto conexão é o que me levou a entender o que encontrar o propósito da vida significa.
Infelizmente, devido ao condicionamento generalizado a que estamos todos expostos em nossa cultura, não somos genuinamente incentivados a descobrir nossa contribuição especial para o mundo. Com muita frequência, ao que parece, a maioria de nós é ensinada a procurar coisas ilusórias tais como dinheiro, poder e fama. E não apenas buscamos essas coisas, mas também optamos por carreiras "seguras", que só nos proporcionam prestígio social e conforto material.
Lamentavelmente, uma das consequências de nosso condicionamento é que muitos de nós nunca nos arriscamos em nossas próprias vidas. Em vez disso, relegamos nossas paixões mais íntimas e nossas vocações ao segundo plano. Entretanto, lá no fundo, sabemos que isso está errado. Eu defendo que todos nós somos programados para satisfazer um desejo inato de nos conectarmos com o que nos põe em harmonia com o Universo.
Por ser uma pessoa que escreve e fala constantemente sobre sobre temas relacionados ao empoderamento pessoal e destino, pode parecer um pouco irônico demais para mim admitir que eu mesmo ainda estou em pleno processo de tentar cumprir o propósito da minha própria vida.
10 dias de clareza
Verdade seja dita, nas três primeiras décadas de minha vida (agora tenho 39 anos), qualquer consciência de qual era a minha contribuição especial para o mundo me era totalmente estranha. Essa névoa de desconhecimento continuou até eu ter 30 anos e já estar bem estabelecido em uma carreira acadêmica como professor universitário.
Foi no final daquele ano que eu comecei a, inexplicavelmente, sentir que alguma coisa na minha vida não se encaixava. Mas eu não conseguia descobrir o que era. Tudo o que eu sabia era que, por baixo da superfície, eu não estava me sentindo realizado. Naquela época, eu também sabia que tinha um sério problema de alcoolismo, mas não conseguia identificar os gatilhos subconscientes do meu reiterado consumo excessivo de álcool.
À primeira vista, minha vida era maravilhosa. Eu tinha um emprego altamente respeitado e bem remunerado, com bastante tempo livre remunerado para me dedicar a atividades recreativas, e muitos amigos e familiares que me apoiavam. No entanto, durante esse período, às vezes eu ficava acordado à noite, refletindo sobre a origem do meu desconforto interno.
Então, um mês antes do meu aniversário de 31 anos, tive a grande oportunidade de viajar para Maui, no Havaí, por 10 dias com meus pais e minha irmã. Chegando lá, parti sozinho em várias aventuras, onde pude explorar a natureza local em trilhas de tirar o fôlego pelas muitas florestas encantadoras da ilha.
O que descobri naquelas trilhas inesquecíveis e fascinantes foi uma súbita sensação de clareza quanto às origens dos meus sentimentos de descontentamento: eu não estava honrando as facetas espirituais do meu ser. Em vez disso, estava me apegando às armadilhas egoicas da arrogância intelectual, da disputa social, das conquistas sexuais e de um medo perpétuo de ser condenado ao ostracismo por meus pares. Bastou, porém, o poder místico da Terra para que eu me orientasse na direção de uma consciência mais elevada.
Grandes mudanças para melhor
Quando voltei para casa depois dessa viagem transformadora, senti-me infinitamente mais leve, com menos medo de mudanças e surpreendentemente empoderado para retomar o controle da minha vida.
Consequentemente, decidi parar de consumir álcool de forma excessiva; comecei a praticar meditação; entrei para uma sangha budista em Nashville, Tennessee, onde eu morava na época; estudei os escritos místicos do Oriente; e comecei a dedicar meu tempo à escrita (que, como percebi, sempre foi uma paixão minha). Também aprofundei meu relacionamento com o mundo natural fazendo trilhas diárias nos bosques com meu cão inspirador, Abbie.
Em pouco mais de um ano após minha viagem a Maui, mudei-me para as Montanhas Great Smoky para continuar a aprofundar meu vínculo com a Terra. E foi lá, nas montanhas, que meu propósito de vida começou, paulatinamente, a ficar claro.
Desde que me mudei para as Smokies, há muitos anos atrás, a natureza, a escrita contemplativa e o ensino da meditação se tornaram minhas maiores paixões. Logo, pensei, só faz sentido que eu trabalhe para passar o resto da minha vida servindo aos outros por meio do estabelecimento um centro na natureza selvagem onde aqueles que sofrem possam se curar por meio do imenso poder da natureza.
Nosso maior propósito
Todos nós temos o grande potencial de nos tornarmos seres plenamente empoderados, capazes de descobrir suas contribuições especiais para o mundo e seu maior propósito na vida.
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